Pode ser ter chegado ao final de um processo de trainee e não ser escolhido, ter estudado com dedicação para um concurso e ter ficado por um na classificação, um amor que ainda persiste em um coração, mas não mais no outro… É quando se percebe que tudo foi feito certo e mesmo assim o resultado não foi o esperado. É o pênalti que “tirou tinta da trave”, mas não entrou. Como lidar com esse processo de dor sem abandonar os sonhos e nem mergulhar na perda de modo paralisante?
Chorar ajuda a diminuir a pressão, alivia, mas ao exagerar-se na dose acaba havendo um looping que leva de novo ao primeiro pensamento que trouxe a onda de dor, e a cada looping mais e mais profundamente a alma é tragada para esse buraco negro que só aumenta o vazio interior… E aí, chega uma hora que a dor fica tão intensa que se cria qualquer modo de sair daquela órbita – é quando muitas vezes forma-se o processo de fuga, o que geralmente causa um alívio no início, mas com o tempo e a reincidência nessa fuga, logo surge mais um problema e suas consequências… Então o que fazer?
Uma boa tática é quebrar o processo de looping, assim que perceber que ele se iniciou. É o “levanta e sacode a poeira” da música. E nesse momento o importante é ter uma ação, o melhor seria algo que ocupasse corpo e mente – cansar o corpo, para quando chegar a hora de dormir, o cansaço seja um bom sonífero e evite que as lembranças dolorosas retornem. Caso não dê pra unir uma atividade que englobe corpo e mente, opte primeiro por fazer algo que exija atenção e concentração, porque a mente não consegue estar concentrada em duas coisas ao mesmo tempo. E aí a atividade mental escolhida proporciona uma espécie de oásis para o descanso cerebral. E com a mente um pouco mais aliviada e em outra sintonia, é mais fácil partir para as atividades mais mecânicas.
Com alguns dias desse processo, já é possível entender melhor o que aconteceu, o que manter igualzinho, o que pode ganhar uma caprichada extra ou a que novo projeto dedicar-se… E, no caso de se tratar de algo no campo amoroso, de entender o mecanismo interno e saber o momento certo de se abrir de novo a uma nova experiência.
E aos poucos, aquela dor imensa começa a ser uma tristeza num ponto específico do nosso ser, em meio a um dia bom, com coisas até para se comemorar… Enquanto o tempo se encarrega de fazer o que ele faz de melhor: serenar as emoções, trazer maior compreensão – e com isso a dor vai mudando de cara, de intensidade, até que um dia ela já não está mais ali. E o que há no lugar possui outro nome!
O importante é não perder o foco no sonho e nem se afastar da esperança, porque não há um resultado negativo que se repita indefinidamente para todo sempre. Uma hora chega a SUA HORA!